Nesta terça-feira (11/06), o projeto de lei do deputado estadual Lucas Lasmar (Rede), que reconhece o acervo da Gazeta de Minas como de relevante interesse cultural do Estado foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O projeto de lei 2182/2024 prevê que as mais de 8 mil edições originais do jornal poderão ser protegidas pelo Estado, através dos órgãos responsáveis pela política de patrimônio cultural. A Gazeta é o jornal mais antigo de Minas Gerais e o oitavo mais antigo do Brasil.

Fundado em 1887 pelo português Antônio Fernal como Gazeta de Oliveira, o jornal cobriu inicialmente a instalação da Estrada de Ferro Oeste de Minas. Ainda no Império, publicou diversos artigos abolicionistas, culminando com a publicação da Lei Áurea na capa da edição do dia 20 de maio de 1888.

Com circulação também na Corte do Rio de Janeiro, em 1899, o jornal passa a se chamar Gazeta de Minas, cobrindo as primeiras reportagens nacionais e a evolução da República, além de eventos mundiais. Em 2 de agosto de 1914, a capa do periódico noticiava a eclosão da Primeira Guerra Mundial. A Gazeta cobriu a Revolução de 30 e a Revolução Constitucionalista de 1932 no Brasil, bem como a Segunda Guerra Mundial.

Em 1947, o jornal foi doado à Diocese de Oliveira, passando a cobrir amplamente assuntos religiosos da fé católica. Durante a ditadura militar, mesmo sob censura, intelectuais, poetas e músicos escreviam em suas páginas.

Em 1988, a Gazeta foi modernizada sob a liderança de João Bosco Ribeiro, passando a focar exclusivamente em Oliveira, com uma cobertura profissional ampla.

Para o deputado Lucas Lasmar, a Gazeta de Minas é motivo de orgulho para os oliveirenses, por sua história e relevância em Minas Gerais e no Brasil. O parlamentar destaca também a luta de João Bosco Ribeiro à frente do jornal: “Nosso amigo João, que sempre lutou para manter o jornal em atividade, é uma pessoa cuja história se confunde com a da Gazeta de Minas.”

Após a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça, o PL 2182/2024 segue agora para avaliação da Comissão de Cultura da ALMG.